Brasil reconhece a tecnologia como uma importante ferramenta no processo de aprendizagem e irá investir na melhoria da conectividade das escolas públicas.
Todas as escolas públicas do Brasil com internet de alta velocidade até 2024. 22,4 mil delas já com acesso até o final do ano que vem. Essas são as metas da Política de Inovação Educação Conectada, uma parceria entre os ministérios da Educação (MEC) e da Ciência e Tecnologia. O programa foi anunciado na última quinta pelo presidente Michel Temer e o ministro da Educação, e incluiria ainda a formação de professores com foco em práticas pedagógicas mediadas por tecnologia e no uso de conteúdos digitais em sala de aula.
Primeira fase
Para a primeira fase do projeto, seriam investidos R$ 271 milhões até o fim de 2018. Do total, R$ 255 milhões serão destinados à conexão nas escolas, incluindo ampliação da rede terrestre de banda larga e conectividade sem fio (wi-fi), compra de equipamentos e aquisição de um satélite que levará internet de pelo menos 10 MB às escolas rurais – com inviabilidade de se conectar via rede terrestre.
O MEC considera que a nova política é uma atualização do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), lançado em 1997. O programa é considerado atrasado porque tem o foco em equipamentos de informática, mas não outras tecnologias como as redes sem fio e a internet em alta velocidade. A ideia é que a Política de Inovação Educação Conectada seja articulada a políticas públicas já existentes ou em fase de implementação, como o PNE, a BNCC e a reforma do ensino médio.
Vai dar certo?
Para que dê certo, é preciso que o governo se mantenha atento às previsões orçamentárias, segundo Alessio Costa Lima, presidente nacional da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). “O importante é ter planejamento sólido contínuo, com pensamento nos recursos que permitirão assegurar a continuidade da política”, diz. “A manutenção desse programa já pressupõe que determinado equipamento precisará ser atualizado ou substituído.”
O presidente da Undime também afirma que, para ter sucesso nessa política, o MEC precisará de outros ministérios envolvidos no desenvolvimento do país como um todo. Para levar infraestrutura de redes para todas as cidades, por exemplo, parceria contínua com o minitério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Agenda digital, aplicativo escolar e outras tecnologias
A falta de internet rápida tem sido um dos obstáculos para a implementação de tecnologia em salas de aula. No início do mês, o governo do estado de São Paulo liberou o uso de celulares em salas de aula. Mesmo os entusiastas de práticas pedagógicas que envolvam tecnologia consideram que essa medida só terá efeito se houver acesso de qualidade na escola.
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