Em tempos de pandemia da COVID-19 existem muitas perguntas e poucas respostas. Quando as aulas retornarão 100% presenciais? Que cuidados adotar? Hoje é dia de falarmos sobre pandemia e as escolas, como se proteger da COVID-19 diante do famoso “novo normal”.
Esse post tentará ajudar escolas em regiões do Brasil que já ensaiam a retomada de aulas presenciais. Mesmo dependendo dos números da COVID por região, já é hora de começar a pensar em como proteger a comunidade escolar em uma reabertura gradual das escolas.
Pandemia e as escolas: cenário atual
Desde o começo de fevereiro desse ano há escolas que retomaram atividades presenciais em alguns estados brasileiros. A questão divide opiniões e há debates até mesmo sobre três modelos de retomada:
- Retorno 100% presencial
- Retorno híbrido, ou seja, presencial e online
- Manutenção das aulas online
Se há uma afirmação possível em relação a esse debate é que não existe um consenso.
Há fortes argumentos para cada modelo. Porém, em algum momento, que já chegou em vários países, as aulas irão voltar a ser presenciais. Ainda que seja com um retorno gradativo, isso vai acontecer.
Esse fato aumenta a urgência em se preparar, em adaptar a escola e a rotina para a volta às aulas, ainda que ela não seja total, em um primeiro momento.
Pandemia e escolas: argumentos de quem defende a volta
Antes de falar sobre quem defende o retorno é importante falar de quem ainda teme essa retomada. Os argumentos contra existem e estão ligados ao comportamento do vírus e ao medo de que as crianças se contaminem e contaminem os adultos, mesmo assintomáticas.
É claro que isso é totalmente justificável e está sendo considerado, com justiça e critério por especialistas, em todo o mundo. E é claro, as escolas responsáveis de verdade sempre adotarão ações pautadas na ciência, nos dados, preservando vidas com segurança.
Porém, os argumentos favoráveis à reabertura também existem e estão, na mesma medida, sendo considerados por cientistas e governos para uma decisão final. São eles:
- Menor porcentagem de crianças com quadros graves da COVID-19
- quantidade rara de mortes entre crianças, especialmente as pequenas
- Aumento das barreiras da educação online com a dificuldade de acesso
- Sobrecarga emocional gerada pelas dificuldades de pais e alunos com aulas online
- Aumento do desinteresse e até evasão escolar após longo período de afastamento
- Medidas de higiene e testagem frequentes trariam maior segurança à reabertura
Impactos psicológicos do isolamentos nos alunos
Aqueles que defendem o retorno, parcial ou total, das aulas nas escolas fazem uma consideração importante: os impactos psicológicos em crianças e jovens pelo isolamento.
Segundo pesquisa do NHS – Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido – houve 20% de aumento, em 2020, do número de crianças e jovens encaminhados para serviços de saúde mental infantil, só na Inglaterra.
O isolamento dos amigos, professores e familiares é uma das causas que levam a esse cenário. Também existem receios quanto a quando será o fim da pandemia, medo de se contaminarem, de perderem pessoas queridas, enfim.
Tudo isso leva a estresse, depressão, catastrofização (pensar negativamente no futuro) e outras doenças.
Escolas particulares na pandemia
O Brasil é um país ainda muito desigual, isso é um fato. Seria perfeito, justo e ideal se todas as escolas pudessem se preparar devidamente para retomar as aulas presenciais. Mas, sabemos que na rede pública, infelizmente, existem muitas barreiras e dificuldades.
Escolas privadas contam com recursos e infraestrutura melhores e que favorecem uma situação mais segura para a comunidade escolar.
Os recursos que essas escolas dispõem, permitem, por exemplo, a adoção facilitada de medidas de proteção. Torna-se mais tranquilo adotar protocolos, preparar as salas, realizar rodízio de estudantes, enfim, uma série de medidas.
Pesquisa aponta menor risco de contágio por crianças
O assunto é sério e está em constante análise por cientistas do mundo todo. Precisa ser assim para garantir uma reabertura segura, assim que for possível, seja total ou parcial.
A renomada revista médica Lancet, realizou uma pesquisa com 7.780 pacientes de COVID-19 em 26 países. Ela constatou que menos de 0,1% das crianças infectadas evoluíram para casos mais graves da doença.
Esse é um dado interessante que se soma a diversos outros,favoráveis e contrários, para chegarmos a um consenso em relação à volta às aulas presenciais.
O caminho pode ser longo e ainda demorar algum tempo. Mas o importante é que para escolas que retomarem parcialmente as aulas presenciais, vários cuidados merecem atenção.
O reflexo de tudo isso afeta a rotina da família, da casa e, claro, especialmente das crianças e jovens. Torna-se mais difícil para eles, por exemplo, focar em uma tarefa, absorver um conteúdo, se organizar e até tomar algumas decisões.
Agora vamos ver como a escola pode se preparar para voltar às aulas de forma segura, considerando todos os espaços.
Pandemia e as escolas: cuidados na sala de aula
1 – Exija o uso de máscaras
Tanto de alunos quanto de professores e funcionários. A máscara será sempre uma medida de segurança para todos nesse cenário
2 – Turmas menores e distanciamento
Menos alunos na sala significa mais espaço para que eles não fiquem aglomerados.
3 – Divisórias de acrílico nas carteiras
Se possível a instalação dessas divisórias trará maior segurança em relação à saliva, uma forma de contaminação perigosa.
4 – Janelas abertas
A ventilação será sempre recomendada diante da COVID-19. Se for o caso de, em dias quentes, ligar o ar-condicionado, não feche as janelas, deixe o ar circular.
5 – Tenha álcool gel sempre disponível
Instale na sala, tenha vidrinhos, estimule os alunos a usarem.
6 – Sala sempre higienizada
Fazer a limpeza da sala diariamente, no intervalo entre turnos, higienizar as carteiras, maçanetas, objetos, isso precisa ser levado à sério.
Pandemia e as escolas: cuidados nas áreas comuns
1 – Evite aglomeração nos intervalos
Reveja os horários e a concentração de alunos nas áreas comuns da escola.
2 – Atenção na entrada e na saída
Crianças e jovens adoram estar juntos. Porém, em tempos de pandemia, controlar melhor a entrada e a saída de alunos, evitando que aglomerem é mais que recomendado.
3 – Exija o uso de máscaras
Novamente, tanto de alunos, quanto professores e funcionários, mesmo ao ar livre, estimule e cobre o uso da máscara.
4 – Limpeza e higienização constantes
Especialmente locais que serão tocados pelos alunos, como armários, brinquedos, corrimões, todos merecem atenção e precisam de higienização.
5 – Álcool gel à vista, sempre disponível
Disponibilize álcool gel e sinalize os locais onde se encontram para que os alunos os vejam.
6 – No refeitório
Além de todos os cuidados acima, como limpeza, distanciamento e álcool gel disponível, sinalize o distanciamento para os alunos no chão e nos assuntos/mesas. O ideal é que sejam instaladas divisórias nas mesas para refeições de forma mais segura.
7 – Suspenda atividades em grupo
Para evitar as aglomerações, atividades em grupo devem ser evitadas, especialmente na biblioteca, salas de áudio e vídeo, enfim, qualquer ambiente que possa ser perigoso.
8 – Sinalização e conscientização
Espalhe cartazes, alertas, busque conscientizar os alunos, visualmente, de forma atrativa, para que mantenham os cuidados individuais de proteção.
Pandemia e as escolas: cuidados nos banheiros
1 – Controle o número de alunos por vez
Não deixe que os alunos se aglomerem em um espaço mais fechado, como o banheiro.
2 – Higienização total
Descarga, pias, maçanetas, tudo no banheiro precisa ser constantemente higienizado. Se possível instale torneiras automáticas para que o aluno não tenha que tocar para fechá-las.
3 – Coloque avisos nas paredes
Dentro do box, peça para fecharem a tampa ao darem a descarga. Na pia, peça que lavem as mãos com água e sabão. Na porta, lembre-os de lavarem as mãos antes de saírem.
4 – Mantenha as janelas abertas para áreas externas
Permita maior circulação de ar no banheiro. Lembre-se que ambientes fechados favorecem o contágio.
Controle de temperatura é muito importante
Uma forma de aumentar, bastante, a segurança na escola é medir a temperatura dos alunos logo na chegada.
Alunos com temperatura acima de 37,5º precisam ser orientados pelos profissionais da escola e encaminhados para casa, pois existe o risco de estarem contaminados.
Lembre-se, mais que apenas mandar o aluno para casa, oriente em relação aos cuidados ou informe aos pais para que tomem as devidas ações e façam o exame nos filhos.
Concluindo…
O debate é longo, a questão é complexa, mas diante de uma reabertura parcial em escolas de vários estados brasileiros, é preciso ter cuidado.
Consulte constantemente o que dizem os especialistas para aumentar as medidas de prevenção à COVID-19 na sua escola.
Priorize sempre a saúde e a segurança de pais, alunos, professores e funcionários.